Fazia tempo que queria parar pra pensar na diferença que senti de uma gravidez à outra e agora que ta chegando no final posso contar o que senti. Já deixo claro que é uma sensaçao minha e que talvez nao seja aplicada à outras mamaes por aí.
No meu caso tenho uma pessoinha de quase 16 meses muito gente fina, que tem o sorriso mais sem vergonha do mundo e que necessita atençao em tempo integral. Isto significa que ainda tenho um bebê em casa, ou melhor, um bebezao.
Escrever esse post me traz boas lembranças, afinal de contas foram 9 meses de espera, 9 meses de pura emoçao e gratidao por esperar um anjinho que veio para mudar para sempre nossas vidas. Tantas histórias, tantas alegrias, tantas emoçoes e tanto choro (bota choro nisso!) rs.
Lembro como se fosse ontem quando engravidei da Laura, já me sentia grávida antes mesmo de saber o resultado, tudo muito planejado.
Depois do resultado positivo na mao...
Festaaaaaa! Uhuuu estamos grávidos!
Ambas famílias pura felicidade, todos queriam falar da gravidez, palpitar, opinar, sugerir nomes, contar "causos", enfim, muita alegria.
Eu era a rainha da casa, paparicos para todos os lados, papai beijava a barriga todos os dias e me ligava várias vezes pra saber como eu estava. Adorovaaaaa! Conversávamos muito sobre como seria nossa vida após o nascimento, coisas como noites mal dormidas, passeios, viagens, dia-a-dia. Realmente nao tínhamos idéia de como mudaria a nossa vida. As noites mal-dormidas estao solucionadas, agora temos outras preocupaçoes e muita diversao também. É, tenho que falar que ser mae nao é fácil, mais é muito bom.
A barriga foi mega fotografada, sempre cabia mais uma na câmera e era uma delícia colocar semana a semana e depois comparar.
O enxoval foi pequeno, mais escolhido a dedo cada detalhe. Eu adorava sair e olhar vitrines, mesmo que nao levasse pra casa eu ficava imaginando Laurinha vestida naquelas roupinhas (eu tinha tempo e nao sabia!).
O quartinho apesar de haver sido preparado na última hora, foi uma delícia! Lembro que eu e meu marido nos sentamos várias vezes pra móveis, decoraçao, cor, etc. A conversa era compartilhada com familiares e amigos e me sentia extremamente feliz. Minha família nunca ficava de fora, sempre participaram mesmo de longe.
A mala da maternidade foi preparada com meses de antecedência (rs), eu arrumava e desarrumava só pra ter a desculpa de voltar arrumar novamente. Tanto minhas coisas como as coisas da Laura, era pura diversao.
Quanto ao parto, eu nao fazia muita questao em pensar, eu tinha medo e ao mesmo tempo muita curiosidade. Eu às vezes sonhava entrando em trabalho de parto e acordava toda feliz. Eu gostava de estar grávida e poder sentir um certo poder. O fato de parir e colocar fim no barrigao me assustava e quando tudo aconteceu eu senti um vazio enorme. Que saudade de ser paparicada (o que é bom dura pouco!) nem tao pouco ...
Porque 8 meses depois ...
Outro positivo! POSITIVO? NAO PODE SER!
Papai na sala pulando de alegria e com sorriso de orelha a orelha, mamae desesperada questionando como foi acontecer novamente. A Fernanda do
Pra você Antonio pode explicar melhor sobre métodos contraceptivos (rs).
Quando se têm um bebê de 8 meses, esperar o segundo resultado dá um certo pânico. A gente nao sabe se olha para o teste, se pedi pro marido olhar, se joga pela janela se dá positivo (rs). No meu caso eu guardei a prova do crime. O plano B (de bebê) se adiantou 6-8 meses e ficamos um pouco
desesperados perdidos.
Momento resultado positivo um turbilhao de pensamentos e questionamentos invadiram minha cabeça e lembro que umas das primeiras coisas que pensei foi, se Laura nao tem dente ainda, como posso estar grávida? se a Laura resolve usar fralda até os 2 anos, isso significa que eu vou ter 2 fraldas pra trocar, ou seja, tudo duplicado, dois xixis, dois cocos, dois banhos...dois bebês Jesus!!!
Contar pra família sobre a segunda gravidez também é diferente, quase tiramos no palitinho pra ver quem contava primeiro (rs). Nao me sentia à vontade pra contar, alguém pode me explicar porquê? Talvez pelo pouco tempo de uma gestaçao à outra.
Eu contei primeiro pra família e a reaçao foi a seguinte da avó materna:
Queeee!!! Você tá doida, nao posso viajar todos os anos pra Espanha nao (rs).
Reaçao dos avós paternos:
Outra vez!!! vocês estao loucos!!!
É pessoal, quando o bebê II adianta, temos que estar preparados para muitos comentários, coisas do tipo: que coragem hein! vocês queriam? vai ser uma loucura! E no fim tentam consolar dizendo que é melhor assim porque crescem juntas.
Enfim, passado o susto, é hora de conversar sobre planejamento familiar (um pouco tarde!) rs.
A gestaçao II é dividida com a cria I, isto significa que os paparicos sao divididos também.
Encontrar disposiçao no começo da gravidez com a cria I no seu pé é um eterno desafio da natureza.
A barriga só vira comentário quando já estamos perto de parir e escutamos coisas do tipo: Nossaaa, como passou rápido!
Registrar a gravidez? pra quê né papai? já temos fotos da primeira barriga (rs).
O contato mae-bebê também é aproveitado, na verdade a gente mata dois coelhos com uma cajadada só. Eu conto historinhas pra Laura já com a intençao da Clara ouvir também.
Já que a cria II vai herdar quase tudo, o enxoval deixa de ser prioridade, coisa que foi questionada e está mais que decidida entre nós. Combinamos que nem tudo ela vai herdar, vai que ela cresce com algum complexo (rs).
E o quarto compartilhado foi a nossa escolha, assim elas aprendem a dividir o espaço e os brinquedos e de quebra nós economizamos.
E agora sigo empurrando com a barriga, rumo à reta final...com certeza ainda vai ter muita história pra contar.
E apesar de toda loucura, saber que fui escolhida para ser mae da Laura e da Clara e é um sentimento que nao posso explicar. Deus me deu a oportunidade de sonhar e me apaixonar pela segunda vez, de abraçar e educar, de me arrepender e melhorar como mae e por isso e por muito mais sou e serei eternamente grata.
E viva a maternidade que me despenteia!
